Por trás de meus olhos...

  ... há uma menininha. Uma pequena menininha chorona. Ela não sorri, ela não vivi, ela só fica lá no canto dela. Chorando. Achando que isso resolverá alguma coisa, achando que isso fará ele voltar. Ela é muito... ingênua por pensar assim. Mas eu, particularmente, não posso fazer nada. Não posso ajudá-la, quando ela não quer minha ajuda. Só me resta sentir mesmo... tentar acalmá-la quando necessário. Ou seja, quase todos os dias. 
   Tenho que cuidar dela. E é o que eu mais faço, pois não posso deixar minha menininha interior morrer por completo. Pois, ela também me sustenta. E apesar de tudo, também me faz feliz. Mesmo com suas lágrimas incessantes, tento amenizar a dor dela. E é nessa tentativa que me sinto mais madura, é assim que ela me faz feliz. E principalmente, quando ela me faz lembrar do quanto eu era feliz com ele. Todas aquelas borboletas que eu sentia estão armazenadas nela. Isto faz com que seja a minha obrigação cuidar dela.
  Os sentimentos que ela sentia há quase dois anos atrás são os mesmos, e isso a sobrecarrega. Isso a deixa embaixo de uma imensa nuvem preta. E ela tem medo disso. Eu sou a única pessoa que pode proteger essa menina que ainda é uma criança. Por isso tenho o dever de cuidar para que ela nunca morra, pois ela tem muito a descobrir. E muito para ver através de meus olhos. Eu quero que um dia ela veja que ele não é tudo o que podíamos ter. Não quero que ela pense que ele é a única coisa boa que existe no mundo. Não quero que ela continue pensando que ele é o limite. E principalmente, quero que ela perceba que no mundo há pessoas muito melhores que ele. Quero fazer com que ela amadureça, quero torná-la uma mulher assim como estou me tornando. Quero que ela seja forte, assim como estou sendo. Quero que nossos olhos e nossos pequenos corações frágeis sintam amor, só que o de verdade.